O Absolutismo Inglês representa um período tumultuado na história da Inglaterra, marcado por intensas disputas pelo poder entre a monarquia e o Parlamento.
Este período foi caracterizado pela tentativa dos monarcas de estabelecer um governo centralizado com poderes quase ilimitados, o que levou a conflitos significativos e mudanças políticas profundas no país.
O cenário para o absolutismo foi estabelecido por Jaime I, que acreditava no direito divino dos reis, e foi exacerbado sob o reinado de Carlos I, cujo confronto com o Parlamento culminou na Guerra Civil Inglesa.
Após um breve período republicano sob Oliver Cromwell, a restauração da monarquia levou a mais controvérsias até a Revolução Gloriosa, que redefiniu o equilíbrio de poder entre a Coroa e o Parlamento. Este post explora os principais desenvolvimentos do Absolutismo Inglês, desde seu surgimento até seu impacto duradouro na formação do governo britânico moderno.
Jaime I, que subiu ao trono da Inglaterra em 1603 após a morte de Elizabeth I, foi uma figura central na história do absolutismo inglês. Com uma forte crença na teoria do direito divino dos reis, Jaime I defendia que o monarca tinha autoridade soberana concedida por Deus, uma visão que entrava em conflito direto com o Parlamento inglês, que buscava assegurar seu papel na governança nacional.
Jaime I era conhecido por seu desejo de unificar a Grã-Bretanha, incluindo a Inglaterra, Escócia e Irlanda, sob seu governo, o que necessitava de um controle centralizado e autoritário. Ele também tentou impor uma uniformidade religiosa para fortalecer seu controle, levando a tensões com grupos religiosos que sentiam que suas liberdades estavam sendo cerceadas.
Essas políticas geraram conflitos frequentes com o Parlamento, especialmente em questões de tributação e direitos religiosos. O Parlamento, por sua vez, resistiu a muitas das tentativas de Jaime de centralizar o poder, insistindo em seu direito de ser consultado e de controlar os impostos. Este embate entre a visão absolutista de Jaime I e as aspirações parlamentares foi uma prévia das lutas mais intensas que ocorreriam sob seu sucessor, Carlos I.
Carlos I, que sucedeu Jaime I em 1625, herdou um reino já marcado por tensões políticas e religiosas. Seu reinado exacerbou essas tensões, levando a Inglaterra ao limite e culminando na Guerra Civil Inglesa. Como seu pai, Carlos I era um firme defensor do direito divino dos reis e tentou governar sem o Parlamento, levantando fundos através de meios considerados ilegais por muitos, como a imposição de taxas e multas sem o consentimento parlamentar.
A relação de Carlos com o Parlamento deteriorou rapidamente após tentativas repetidas de impor tributos sem a aprovação parlamentar, além de sua controvérsia política com a Igreja da Inglaterra. Sua tentativa de impor uma única forma de culto cristão provocou hostilidade em regiões de forte autonomia religiosa, como a Escócia.
A política religiosa de Carlos, vista como uma tentativa de reintroduzir práticas católicas, inflamou os puritanos na Inglaterra e levou ao conflito armado após o Parlamento emitir uma série de desafios à autoridade real.
Esses conflitos culminaram em 1642, quando Carlos I tentou prender membros do Parlamento, levando diretamente à Guerra Civil Inglesa. As forças leais ao rei e as do Parlamento enfrentaram-se em uma série de batalhas devastadoras.
A guerra não apenas desafiou a autoridade do rei, mas também dividiu a sociedade inglesa em várias frentes, alterando permanentemente o curso da história inglesa.
Após a execução de Carlos I em 1649, a Inglaterra entrou em um período conhecido como Interregno, marcado pelo governo republicano sob a liderança de Oliver Cromwell. Cromwell, um líder militar proeminente durante a Guerra Civil, emergiu como uma figura central neste período, assumindo inicialmente o título de Lord Protetor da Comunidade da Inglaterra, Escócia e Irlanda.
Sob o comando de Cromwell, o país foi governado por um regime militar rigoroso, que tentou impor reformas radicais tanto na política quanto na religião. Cromwell adotou políticas puritanas estritas, suprimindo a celebração do Natal e outras festividades consideradas não puritanas, e promovendo uma ética de trabalho e moralidade severa. Ele também liderou campanhas militares na Irlanda e na Escócia, consolidando o controle inglês e impondo o protestantismo puritano.
No entanto, o regime de Cromwell foi marcado por instabilidade e resistência contínua. Sua tentativa de criar uma sociedade baseada em princípios puritanos rígidos encontrou oposição em várias frentes, levando a frequentes confrontos com o Parlamento. A morte de Cromwell em 1658 deixou um vácuo de poder que culminou na Restauração da monarquia em 1660, com o retorno de Carlos II ao trono.
O Absolutismo Inglês foi um período complexo e conflituoso que refletiu as tensões crescentes entre a monarquia e o Parlamento. Desde a ascensão e a queda de monarcas como Jaime I e Carlos I até a experiência republicana sob Oliver Cromwell, este período foi crucial para moldar o futuro político da Inglaterra.
A Restauração da monarquia e os eventos subsequentes, como a Revolução Gloriosa, estabeleceram as bases para a moderna democracia parlamentar britânica, marcando o fim do absolutismo na Inglaterra.
Estes eventos não apenas redefiniram o papel da monarquia e do Parlamento, mas também deixaram um legado duradouro sobre como o poder é exercido e contestado em uma sociedade democrática.
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