A Guerra Indo-Paquistanesa de 1965 foi um dos embates mais significativos do século XX, ocorrendo no contexto pós-colonial da partição da Índia Britânica. Este conflito, que se deu entre abril de 1965 e setembro do mesmo ano, ocorreu principalmente por disputas territoriais envolvendo a região da Caxemira, um local de extrema importância estratégica e cultural para ambos os países. Esse episódio é parte do longo histórico de hostilidades entre a Índia e o Paquistão, duas potências nucleares do Sul da Ásia, que têm, em sua trajetória, diversos episódios de confrontos diretos.
Ao longo da história, a importância estratégica e os significados culturais e religiosos da Caxemira têm sido o estopim para diversas tensões e conflitos entre Índia e Paquistão. Após a partição da Índia Britânica, em 1947, a região da Caxemira emergiu como um ponto de discórdia, dando origem ao primeiro conflito entre as nações recém-formadas em 1947-48. A Guerra de 1965 foi, portanto, um desenvolvimento subsequente dessa contenda inicial, destacando as falhas não resolvidas e a incerteza política que cercava o estado da Caxemira.
A principal causa da Guerra Indo-Paquistanesa de 1965 foi sem dúvida a disputa territorial pela Caxemira. A Caxemira, com sua maioria muçulmana, foi anexada à Índia – um país de maioria hindu – num contexto em que tanto a Índia quanto o Paquistão reivindicavam a região. O Acordo de Linha de Controle, estabelecido ao final do primeiro conflito em 1948, deixou muitas questões territoriais em aberto, semeando as sementes para futuras hostilidades.
Antes do início oficial da guerra, ambos os lados perpetraram incursões e atos de provocação ao longo da Linha de Controle. O Paquistão, por exemplo, iniciou a Operação Gibraltar, na qual tentou insurgir uma revolta na Caxemira indiana infiltrando infiltrados para fomentar a resistência, uma manobra que acabou sendo um dos gatilhos imediatos para a guerra.
A guerra chegou ao fim com a mediação internacional, especialmente pelos esforços dos Estados Unidos e da União Soviética, culminando no Acordo de Tashkent em 1966, onde ambas as nações concordaram em retornar aos seus territórios pré-guerra, mantendo o status quo ante bellum.
Durante o conflito, ambos os países buscaram apoio internacional. O Paquistão, que fazia parte dos pactos militares SEATO e CENTO, recebeu certo grau de apoio dos Estados Unidos, embora limitado devido à política americana de não incentivar conflitos que pudessem escalar para confrontos mais amplos. A Índia, por outro lado, recebeu apoio diplomático da União Soviética e de outros países não-alinhados, marcando um episódio significativo durante a Guerra Fria, onde as escolhas e alianças dos países em conflito refletiam maiores dinâmicas globais.
A Guerra Indo-Paquistanesa de 1965 destacou a necessidade de ambos os países buscarem soluções diplomáticas para seus problemas bilaterais. Embora o Acordo de Tashkent tenha trazido uma pausa temporária nas hostilidades, a raiz do problema – a disputa pela Caxemira – permaneceu não resolvida. As repercussões dessa guerra ainda são sentidas, alimentando as subsequentes guerras e atritos entre a Índia e o Paquistão.
Em conclusão, a Guerra Indo-Paquistanesa de 1965 foi um marco significativo nas relações entre Índia e Paquistão e na política sul-asiática em geral. Ela não apenas reflete a complexidade das questões de identidade nacional e territorial que acompanham a partição da Índia Britânica, mas também revela como tais conflitos locais podem ser influenciados e exacerbados por maiores tensões globais. Para estudantes se preparando para vestibulares e concursos, entender esse conflito é crucial para compreender as dinâmicas de poder, política e sociedade no sul da Ásia no século XX e as reverberações dessas questões no presente.
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