Resumo de História
O conflito no Alto Carabaque, uma região montanhosa disputada no sul do Cáucaso, é um dos mais complexos e prolongados do pós-Guerra Fria. Essencialmente, envolve a contestação territorial entre a Armênia e o Azerbaijão, duas nações que, durante grande parte do século XX, foram repúblicas soviéticas. O quadro se complica devido a questões de identidade nacional, direitos históricos e a geopolítica da região. Este artigo tem como objetivo fornecer um panorama detalhado do conflito, abordando suas causas, desenvolvimento e consequências, bem como o apoio internacional recebido por ambas as partes.
O Alto Carabaque, conhecido como Nagorno-Karabakh na comunidade internacional, tem sido objeto de disputa por séculos, com controle alternado entre diversos impérios e nações. No entanto, a fase mais recente do conflito iniciou-se no final do século XX, mais precisamente em 1988, pouco antes do colapso da União Soviética. Embora a região fosse habitada majoritariamente por armênios étnicos, ela estava formalmente sob jurisdição do Azerbaijão dentro da estrutura soviética. As tensões escalaram quando a região de Nagorno-Karabakh expressou desejo de unir-se à Armênia, levando a confrontos violentos.
A guerra entre Armênia e Azerbaijão pelo Alto Carabaque irrompeu efetivamente com a desintegração da URSS, atingindo seu pico em 1991-1994. Durante este período de intensos combates, a Armênia conseguiu controlar não apenas o Nagorno-Karabakh mas também territórios adjacentes pertencentes ao Azerbaijão, criando uma zona de segurança ao redor da região disputada. Enquanto a comunidade internacional não reconheceu a independência de Nagorno-Karabakh, a área passou a funcionar como uma entidade política de facto, com laços estreitos com a Armênia.
Após um cessar-fogo em 1994, várias tentativas de mediação, principalmente pelo Grupo de Minsk, copresidido pela França, Rússia e Estados Unidos, não conseguiram resolver o impasse. A região continuou sendo palco de esporádicos episódios de violência, culminando na atirada de escala em 2016 e novamente em 2020.
As guerras e os conflitos no Alto Carabaque deixaram profundas marcas, tanto nas populações envolvidas quanto na geopolítica regional. Algumas das principais consequências incluem:
O conflito de 2020, em particular, destacou novas dinâmicas internacionais. O Azerbaijão, reforçado por apoio turco e avanços em tecnologia militar incluindo drones, conseguiu recuperar partes do território perdido. Este conflito mais recente culminou em um acordo de cessar-fogo negociado pela Rússia em novembro de 2020, que previa a presença de forças de paz russas e a cedência de territórios estratégicos da Armênia ao Azerbaijão.
A complexidade do conflito no Alto Carabaque é ampliada pela intervenção e pelo apoio de nações externas. Notavelmente:
Em resumo, o conflito no Alto Carabaque representa um dos mais intrincados e prolongados litígios territoriais do período pós-soviético. Envolve questões de identidade nacional, direitos históricos sobre territórios e a complexa geopolítica do Cáucaso. Suas ramificações vão além das fronteiras da Armênia e do Azerbaijão, afetando a segurança e a estabilidade de toda a região. Uma solução duradoura exigirá não apenas a resolução das questões territoriais mas também um esforço concertado para curar as profundas feridas etno-culturais que este conflito exacerbou.
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